Quantas vezes sigo na indefinição dos dias. Não sei ao certo o que fazer com as lembranças, às vezes elas me deixam frágil, lágrimas me visitam nesse instante, outras elas me deixam distante de tudo, alienada ...
Como seria bom um controle remoto para fazer fugir do coração e do pensamento esse medo, essa espera.Na indefinição dos sonhos sigo. Não sei se fujo ou busco, sei apenas que a garganta tantas vezes trava, a dor é companheira presente.
Sinto falta de tudo o que vivi, as palavras e a voz de mamãe gritam alto em meu peito, encontro papai numa voz forte, o telefone toca e eu choro, um choro doído, fruto de tudo que não vivi e não viverei. Sepultar os entes queridos é algo inesplicável, se o concreto mostra a irreversibilidade, o coração e a alma sangram, é o vazio angustiante da falta de mutualidade do sentimento. A saudade aperta e é imensa...
Uma música, uma palavra, uma foto, uma roupa, um canção... tudo é link, um mergulho na distração...
Quero colo, o beijo e o abraço do meu pai, o afeto da minha mãe... Isso só encontro em pensamentos...
Agradeço a Deus o tempo vivido, as histórias contadas com emoção (... " eu mostro a menina" ...), o afeto dispensado, a educação, o sorriso, a música... A vida vivida e entrelaçada nas cordas do coração de um amor incondicional e único.
Sinto falta de mim e de vocês, fruto e semente. Obrigada por tudo que me deram e por me amarem tanto, eu também os amo e amarei eternamente.Adriana Cruz
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